Publicado

Vacinação mais infecção prévia: proteção durante a onda ômicron no Brasil


Autoria:


Thiago Cerqueira-Silva, Vinicius de Araujo Oliveira, Enny S Paixão, Pilar Tavares Veras Florentino, Gerson O Penna, Neil Pearce, Guilherme L Werneck, Maurício L Barreto, Viviane S Boaventura, Manoel Barral-Netto

Publicado em:


26/05/2022

Destaques:


  • Análise sobre o efeito da imunidade híbrida na prevenção de infecções e desfechos graves durante a circulação da variante Omicron no Brasil.

  • Há um aumento moderado e transitório da proteção oferecida pelos reforços da vacina contra a infecção sintomática.

  • Esforços futuros devem se concentrar na prevenção de infecção sintomática ou doença grave.

  • A proteção contra resultados graves após uma infecção anterior foi relativamente alta, aumentando com a vacinação.

  • A vacinação com infecção anterior mostrou um aumento moderado na proteção contra infecção sintomática, diminuindo ao longo do tempo

  • Há proteção substancial após reforço vacinal contra resultados graves da doença.

Resumo:


  • Analisar o efeito da imunidade híbrida (imunidade derivada de infecção mais vacinação) na prevenção de infecções e desfechos graves durante a circulação da variante omicron no Brasil

  • Analisar a eficácia da vacina em indivíduos previamente infectados, comparando com dois grupos:

    • Não vacinados com infecção prévia.

    • Não vacinados sem infecção prévia

  • Usando bancos de dados nacionais, fizemos um estudo de teste-negativo caso-controle. Ver Metodologia.

  • Os casos foram definidos a partir de indivíduos positivos por meio de testes de RT-PCR positivos ou de fluxo lateral positivos, comparados com indivíduos com RT-PCT ou testes de fluxo lateral negativos.

  • Entre 1º de janeiro e 22 de março de 2022 – período durante o qual o omicron foi a variante predominante no Brasil.

  • Analisamos a eficácia da vacina em indivíduos previamente infectados usando dois grupos de referência: não vacinados com ou sem infecção prévia.

  • 918.219 testes de 899.050 indivíduos foram elegíveis para inclusão em nossas análises.

  • Durante a onda Omicron, a eficácia na prevenção da reinfecção  por uma infecção passada foi baixa, comparando com aqueles que não foram vacinados sem infecção prévia.

  • A eficácia na prevenção da reinfecção aumentou com a vacinação por qualquer tipo de vacina, especialmente após uma dose de reforço. A proteção tem diminuído com o tempo.

  • A proteção contra resultados graves após uma infecção anterior foi relativamente alta, aumentando com a vacinação.

  • Vacinação com infecção prévia mostrou um aumento moderado na proteção contra infecção sintomática. Essa proteção também diminui ao longo do tempo. Foi identificada proteção substancial contra resultados graves após o reforço vacinal.

  • Durante um período em que o omicron era a variante dominante do SARS-CoV-2 no Brasil, uma proteção robusta contra doenças graves era oferecida por uma infecção anterior.

  • A imunidade híbrida aumentou a proteção a casos mais graves da doença durante a onda Omicron no Brasil.

  • No entanto, contra a infecção sintomática, mesmo indivíduos reforçados com imunidade híbrida apresentaram baixos níveis de proteção e a proteção diminuiu ao longo do tempo.

  • Doses de reforço em indivíduos previamente infectados ofereceram um aumento moderado, mas transitório, na proteção contra infecção sintomática e uma leve melhora contra desfechos graves.

  • Esforços futuros devem se concentrar na prevenção de infecção sintomática ou doença grave, considerando o aumento moderado e transitório da proteção oferecida pelos reforços vacinais contra a infecção sintomática e a provável endemicidade do SARS-CoV-2.


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